Universo LED

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sábado, 28 de maio de 2011



Parque do Ibirapuera troca luzes para ser modelo em São Paulo

Parque frequentado por 21 mil pessoas semanalmente ganha nova iluminação com tecnologia LED, mais eficiente e durável

Fernanda Simas, iG São Paulo | 15/05/2011 08:00


Quem passeia pelo Parque do Ibirapuera durante a semana tem encontrado o cenário um pouco diferente nos últimos dias. Além do som dos pássaros, das manobras de skatistas e das buzinas de bicicletas, é possível ouvir também algumas marteladas e o barulho de caminhões. Mas esse aparente “convívio” deve acabar até o fim do mês e acontece por um motivo: nova iluminação, que será apresentada como medida da cidade de São Paulo para a melhoria do meio ambiente na reunião do C40 de grandes cidades, que ocorre a partir de 31 de maio.



Foto: Fernanda Simas, iG São Paulo Ampliar
Funcionários instalam novos postes de luz LED nas ruas do parque

Uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a AES Eletropaulo investiu R$ 4,6 milhões em iluminação e está trocando as luzes do parque, que recebe 21 mil pessoas por semana. São 849 novos postes, cada um com 64 pequenas lâmpadas de LED, a serem colocados nas ruas internas do parque, onde há intenso movimento. O sistema funciona através de fotocélulas, ou seja, quando começa a escurecer as lâmpadas se acendem. Até essa semana, cerca de 600 postes foram instalados e alguns já estão acendendo, segundo Márcio Visini Carlos, responsável pela gestão do projeto.

O objetivo é reduzir o consumo de energia no parque que por funcionar das 5h às 24h necessita de iluminação artificial pelo menos seis horas por dia. Esse novo sistema proporciona uma diminuição de 20% em relação ao que era gasto, já que a tecnologia LED é mais eficiente e durável. Sua vida útil é de 50 mil horas, enquanto as antigas luzes incandescentes duravam aproximadamente 12 mil horas.

Segundo o coordenador de usos finais da AES Eletropaulo, Fernando Bacellar, com a durabilidade maior, a manutenção a ser feita – como troca de lâmpadas queimadas – é menor. “Outra vantagem também é a questão da altura dos postes. Ele está abaixo do limite das árvores, então diminui muito a necessidade de poda de árvore, afeta muito menos a estética do parque”, explica Fernando, considerando que os postes antigos tinham cerca de oito metros. De acordo com a Prefeitura, essas reduções em gasto de energia, material e manutenção causam uma economia aos cofres da cidade e o dinheiro pode ser investido em outros programas municipais.

Realce de cores
Em dias de casamento, não é raro ver as noivas fazendo sessões de fotografia com o Parque do Ibirapuera de fundo. Com a nova iluminação, o fundo das fotos não terá mais um tom amarelado proporcionado pelas lâmpadas antigas. As lâmpadas LED emitem luz branca e, com isso “a reprodução de cores é muito melhor, você enxerga o verde como ele é, o branco, o marrom, e não uma cor uniforme amarela”, detalha Bacellar.

Estacionamentos
Além da substituição de luzes nas ruas internas do parque, os estacionamentos e as áreas de jardim também receberão novas lâmpadas. Os antigos postes permanecerão nos locais e apenas as lâmpadas serão trocadas por outras de vapor metálico (tecnologia mais barata e com menos durabilidade do que o LED).

C40
A nova iluminação do Parque do Ibirapuera será apresentada como forma de melhorar o meio ambiente na reunião do C40 de Grandes Cidades que ocorre entre os dias 31 de maio e 03 de junho, na cidade paulistana. O evento é realizado de dois em dois anos, reúne as maiores cidades do mundo e discute medidas para combate à mudança climática e melhores práticas sustentáveis.
No site do C40 é possível encontrar uma lista de iniciativas que deram certo ao redor do mundo e no quesito redução de energia o LED funcionou. Desde 2004, a luz de LED é usada nos semáforos de Chicago, que reduziu o gasto de energia em 85%. Com isso, a cidade economiza US$2,55 milhões por ano em energia e ainda proporcionou melhor visibilidade ao motorista em dias de chuva, já que as luzes são mais brilhantes do que as antigas incandescentes.

Outros pontos da cidade
Além do Parque do Ibirapuera, A Prefeitura está trocando a iluminação em outras regiões da cidade. O túnel Ayrton Senna, que liga a Avenida 23 de Maio à Avenida Antônio Joaquim de Moura Andrade, e a Rua do Arouche, no centro da cidade, também receberam lâmpadas de LED.
A tecnologia de lâmpadas de vapor metálico, implantada nos estacionamentos e jardins do Parque também foi usada na nova iluminação da Avenida Paulista. Nessa região foi constatada uma economia de 60% na energia.

Em cada poste novo, existem 64 pequenas lâmpadas de LED



Prédios verdes

Marilena Rocha - O Estado de S.Paulo - http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110513/not_imp718582,0.php


Paulo Liebert/ AE

Paulo Liebert/ AE

Prédios verdes podem ser de 5% a 10% mais caros na construção

Além da busca por terrenos e mão de obra qualificada, a construção civil destaca entre suas prioridades a implantação de projetos sustentáveis e de alto controle ambiental. Daí os prédios verdes apresentarem potencial para ganhar as ruas de todo o Brasil, nos próximos anos, e não apenas no eixo Rio-São Paulo.

É entre estes dois estados que hoje se concentram os projetos já aprovados ou em fase de aprovação por parte das entidades que cuidam da comprovação de que eles se enquadram de fato na categoria de construções corretas, tanto do ponto de vista ambiental como econômico.

Os chamados prédios verdes podem ter sua edificação encarecida em cerca de 5% a 10%, conforme o grau de rigor e sofisticação observado, mas seus benefícios em muito ultrapassam esse gasto adicional, garantem especialistas. Paralelamente a ambientes mais saudáveis e produtivos, permitem reduções de até 40% no consumo de energia e de 50% no de água. E mais: diminuem em até 90% o descarte de resíduos e em 35% a emissão de gás carbônico.

A França já enquadrou pelo menos 800 mil unidades habitacionais como de alta qualidade ambiental ou 50 milhões de metros quadrados desde 1990. Os Estados Unidos certificaram mais de 2,4 mil imóveis desde 1998 e o Brasil calcula ter fechado 2010 com algo entre 250 e 300 prédios em processo de certificação. Por sinal, essa preocupação por aqui já chegou inclusive aos estádios de futebol: Brasília, Belo Horizonte, Manaus e Cuiabá já requisitaram a certificação para os seus estádios onde ocorrerão jogos da Copa do Mundo 2014. Também o Rio, Salvador, Recife e Natal mostraram interesse em atender aos requisitos para receberem a certificação em suas arenas.

Normas - Cerca de vinte empresas dão hoje consultoria para a certificação dos verdes no País. Aqui, a construção civil se depara com cerca de 950 normas, muitas delas já voltadas para o controle e redução de impactos ambientais. A certificação se dá, sobretudo, pelo processo americano Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) ou pelo Aqua (Alta Qualidade Ambiental). A certificação Leed é concedida pelo Green Building Council Institute. De 69 exigências, o imóvel precisa obedecer a pelo menos 26 para receber o selo. Uma agência bancária na Granja Viana, em São Paulo, foi o primeiro imóvel na América Latina a receber essa certificação em 2007. Recentemente também recebeu o selo a construção de 37 mil metros quadrados, um empreendimento de quatro torres na Avenida Nações Unidas.

O selo Aqua, baseado no sistema francês, foi desenvolvido no Brasil em 2008 pela Fundação Vanzolini. É concedido com base em 14 critérios de sustentabilidade, que levam em conta a eco-construção, ecogestão, conforto e saúde. Preocupa-se com os impactos ambientais, escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos e até com um canteiro de obras de baixo impacto.

Ao lado do conforto de quem vai trabalhar ou morar no edifício, o Aqua requer obras que assegurem qualidade do ar e da água, além da sustentabilidade dos ambientes. Todos os materiais a serem empregados e métodos de construção devem assegurar economia e bem estar para seus futuros proprietários, locatários e funcionários, dos metais sanitários aos pisos e iluminação, por exemplo.

No País e no mundo 800 mil Unidades habitacionais da França e 2,4 mil imóveis dos Estados Unidos estão classificadas como de alta qualidade ambiental 300 Prédios no Brasil estavam em processo de certificação de qualidade ambiental até o final do ano passado